Se querem descobrir e fotografar achados da Natureza da Praia de Quiaios e da Serra da Boa Viagem, visitem uma das regiões mais ricas em Biodiversidade e Geologia de Portugal!


Pesquisar neste blogue

Mapa da Serra da Boa Viagem com Trilhos (Triângulo do Cabo Mondego)

domingo, 12 de abril de 2020

Projecto_Praia_Quiaios




Caminhadas na Praia de Quiaios
Encontro com a Natureza na Praia de Quiaios.
Uma perspectiva sistémica.




         




          



Pode-se através deste blogue descobrir a Natureza da Serra de Boa Viagem como os achados de Animais e Plantas na Praia de Quiaios :


              - as espécies e os habitats de plantas e de animais que se encontram aqui e


  - os diversos habitats e ecossistemas nos quais estas espécies estão integradas.





Fig. 1  - Praia de Quiaios visto do lado do Cabo Mondego


Cabo Mondego e das Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas, no extremo ocidente da Europa, reúnem numa área relativamente pequena um espéctro de ecossistemas e habitats bem diferenciados  e de grande valor ecológico.



Fig. 2 - Cabo Mondego e Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas (PTCON0055 )





Fig. 2a - Habitats nas Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas 
(Habitats do Anexo I da Directiva Habitats (92/43/CEE ))






A seguinte lista de habitats naturais e semi-naturais (constantes do anexo B-I do Dec. Lei n.º 49/2005 ) é fornecida pelo  Instituto da Conservação da Natureza (ICN(F)) no âmbito do Plano Sectorial da Rede Natura 2000 para as Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas:



1 - Habitats costeiros e vegetação halófila
11 - Águas marinhas e meios sob influência das marés
12 - Falésias e Arribas
Recifes.
Vegetação anual das zonas de acumulação de detritos pela maré.
Falésias e Arribas

2 - Dunas marítimas e interiores
21 - Dunas marítimas das costas atlânticas, do mar do Norte e do Báltico
22 - Dunas marítimas das costas mediterrânicas
Dunas móveis embrionárias.
Dunas móveis do cordão litoral com Ammophila arenaria («dunas brancas»).
* Dunas fixas com vegetação herbácea («dunas cinzentas»).
* Dunas fixas descalcificadas atlânticas (Calluno-Ulicetea).
Dunas com Salix repens ssp. argentea (Salicion arenariae).
Depressões húmidas intradunares.
Dunas com vegetação esclerófila da Cisto-Lavenduletalia.
* Dunas com florestas de Pinus pinea e ou Pinus pinaster

3 - Habitats de água doce
31 - Águas paradas
32 - Águas correntes — Troços de cursos de água com dinâmica natural e seminatural (leitos pequenos, médios e grandes) em que a qualidade da água não sofre mudanças significativas.
Águas oligotróficas muito pouco mineralizadas das planícies arenosas (Littorelletalia uniflorae).
Lagos eutróficos naturais com vegetação da Magnopotamion ou da Hydrocharition.
Cursos de água de margens vasosas com vegetação da Chenopodion rubri p. p. e da Bidention p. p.
Cursos de água mediterrânicos permanentes da Paspalo-Agrostidion com cortinas arbóreas ribeirinhas de Salix e Populus alba.

4 - Charnecas e matos das zonas temperadas
Charnecas secas europeias.

5 - Matos esclerófilos
52 - Matagais arborescentes mediterrânicos
53 - Matos termomediterrânicos pré-estépicos
* Matagais arborescentes de Laurus nobilis.
Matos termomediterrânicos pré-desérticos.

6 - Formações herbáceas naturais e seminaturais
61 - Prados rupícolas calcários ou basófilos
62 - Formações herbáceas secas seminaturais e fácies arbustivas
64 Pradarias húmidas seminaturais de ervas altas
* Prados rupícolas calcários ou basófilos da. Alysso-Sedion albi.
Prados secos seminaturais e fácies arbustivas em substrato calcário (Festuco-Brometalia) (* importantes  habitats de orquídeas).
Pradarias húmidas mediterrânicas de ervas altas da Molinio-Holoschoenion.
Comunidades de ervas altas higrófilas das orlas basais e dos pisos montano a alpino

8 - Habitats rochosos e grutas
82 - Vertentes rochosas com vegetação casmofítica
83 - Outros habitats rochosos
Vertentes rochosas calcárias com vegetação casmofítica.
Grutas marinhas submersas ou semi-submersas.

91 - Florestas da Europa temperada
* Florestas aluviais de Alnus glutinosa e Fraxinus excelsior (Alno-Padion, Alnion incanae, Salicion albae).
Florestas mistas de Quercus robur, Ulmus laevis, Ulmus minor, Fraxinus excelsior ou Fraxinus angustifolia das margens de grandes rios (Ulmenion minoris).
Florestas-galerias de Salix alba e Populus alba.



Com fundo azulado:  habitats prioritários


Existem aqui no limite ocidental do continente europeu, entre o oceano e o interior no litoral português atlântico, dunas litorais (móveis e arborizadas) com plantas endémicas da Península Ibérica ou mesmo de Portugal,  como p. ex. as camarinhas (Corema album) da Família dos Empetraceae (cujas bagas brancas são comestíveis).





Fig 3a - Camarinhas (Corema album) nas dunas da Praia de Quiaios




Fig 3b - Pinheiros (Pinus pinaster e Pinus pinea)
nas dunas da Praia de Quiaios


O limite oriental da praia de Quiaios é formado por uma pequena serra, a Serra da Boaviagem, com comunidades de plantas na transição florística entre espécies mediterrânicas e atlânticas. Nestas comunidades de plantas existem  orquídeas  (habitat 6210 ) preciosas e tufos de espécies raras ou mesmo endémicas em pradarias sobre terrenos calcários - bem adaptadas ao clima ventoso desta costa.





Fig. 4 - Pulicaria odora - Espécie da família Compositae







Fig. 5a,b,c- Iberis procumbens ?ssp. microcarpa


Fig. 6 - Armeria welwitschii




O Cabo Mondego, limite sul da Praia de Quiaios, possui na zona do litoral marinho recifes   de grande valor ecológico e um jazigo de fósseis num sistema geológico do Jurássico médio e superior com características únicas.


Para Norte da praia estendem-se dunas móveis e arborizadas extensas: as Dunas de Gândara, Mira e Gafanhas. E o oceano atlântico à volta do Cabo, com o mar muitas vezes agitado, deixa recordações únicas para quem gosta da Natureza.



Fig. 7  - Cabo Mondego no Inverno




Fig. 8  - Os recifes do Cabo Mondego




Fig. 8a - Fósseis do Cabo Mondego


Fig. 8b - Fósseis do Cabo Mondego




Por lado sul do Cabo Mondego encontra-se o Estuário do Mondego.  O estuário já não pertence às Dunas de Gândara, Mira e Gafanhas. Devido à pequena distância até ao estuário e à riqueza paisagística e ecológica deste estuário, vamos fazer também excursões para a Ilha da Murraceira. O sítio localiza-se na foz do Rio Mondego e faz parte dos sítios da Convenção Ramsar . Nesta zona, o rio divide-se em dois braços, rodeando uma ilha de aluvião (Ilha da Murraceira). A Ilha da Murraceira e a zona a sul do Braço Sul compreende sapais, salinas e aquaculturas. Aí observam-se plantas bem adaptadas ao sal (halófitas) e sobretudo aves raras como flamingos ( Phoenicopterus roseus )  e pernilongos (Himantopus himantopus), entre outros.




Sapais e esteiros extensos no lado sul-este da Ilha da Murraceira




A Ponte da Figueira da Foz que atravessa o Rio Mondego




Um antigo Moinho do vento na Ilha da Murraceira -
(veja também as contribuições valiosas do Prof. Carlos Machado
sobre Moinhos de vento e Moinhos de água neste blog)




A extração de sal nas salinas



Flamingos nas salinas abandonadas







Antigo palheiro na Ilha da Murraceira
Ao lado esquerdo na fotografia a planta Wegwarte* (Cichorium intybus)
que tem aplicações interessantes na fitoterapia (veja também a página valiosa sobre Plantas medicinais da Carla Conde neste blog)


(*A palavre "Warte" provém do alemão da Idade Média: "warte" = "um lugar de observação ou visão ampla". Possivelmente a planta obteve o nome porque crescia em lugares abertos onde se encontravam sinais indicativos no caminho ou onde se tinha uma visão ampla. Segundo uma lenda do povo a "wegwarte" é uma menina enfeitiçada que está com olhar de procura para o seu namorado.)



  Caminhadas: 
   
  • (I) Praia de Quiaios e da Murtinheira(Caminhadas/Partida: C@fé-Gelataria "Quiaios-Praia" - Associação "Trilhos d' Esplendor")


  • (II) As dunas móveis da Praia de Quiaios (Caminhada/Partida: C@fé-Gelataria "Quiaios-Praia" - Associação "Trilhos d' Esplendor")



  • (III) As dunas consolidadas da Praia de Quiaios (Caminhada/Partida: C@fé-Gelataria "Quiaios-Praia" - Associação "Trilhos d' Esplendor")


  • (IV) As falésias, arribas e recifes do Cabo Mondego (Caminhada/Partida: C@fé-Gelataria "Quiaios-Praia" - Associação "Trilhos d' Esplendor")


  • (V) A encosta da Serra de Boaviagem - (Caminhada/Partida: C@fé-Gelataria "Quiaios-Praia" - Associação "Trilhos d' Esplendor")


  • (VI) As Lagoas (Caminhada/Partida: C@fé-Gelataria "Quiaios-Praia" - Associação "Trilhos d' Esplendor")


  • (VII) Estuário do Mondego (3-4h – Caminhada/Partida: C@fé-Gelataria "Quiaios-Praia" - Associação "Trilhos d' Esplendor")


  • Outras contribuiçóes: 





Palestras:


  • (IX) Estudos sobre dinâmica de sistemas (1h – Palestra: C@fé-Gelataria "Quiaios-Praia" - Associação "Trilhos d' Esplendor")
  • (X) Resume de palestras de Carl Friedrich von Weizsäcker sobre a questão "Para onde nós nos dirigimos e o que devemos fazer?" (1h – Palestra: C@fé-Gelataria "Quiaios-Praia" - Associação "Trilhos d' Esplendor")



(1A1; 1A2; 1A3; 1B; 1C; 2A; 2B; 3A; 3B; 3C; 3D; 3E; 4)




Links:



http://floradaserradaboaviagem.blogspot.com/
http://faunadaserradaboaviagem.blogspot.com/
http://habitatsdaserradaboaviagem.blogspot.com/
http://fungidaserradaboaviagem.blogspot.com/
http://geometria-espaco-natureza.blogspot.com/
http://web.letras.up.pt/asaraujo/seminario/programa.html
http://www.drapc.min-agricultura.pt/base/documentos/fixacao_dunas.htm
https://woc.uc.pt/fluc/getFile.do?tipo=2&id=915
http://www.ceg.ul.pt/finisterra/numeros/2000-69/69_04.pdf
(Esta publicação é a mais importante para conhecer os releves de comunidades florísticas da zona e constitui uma inestimável ajuda para uma orientação aprofundada sobre a flora costeira do Cabo Mondego. Contém tabelas fito-sociológicas das comunidades de plantas das dunas e das falésias.)
Noronha (ed.) Homenagem (in honorio) Professor Doutor Soares de Carvalho: 283-299. Braga. Universidade do Minho.
(Um trabalho didáctico importante sobre adaptações ecológicas de plantas nas zonas costeiras)
http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/slu/v14n2/v14n2a14.pdf
Esta publicação tem tabelas fito-sociológicas da vegetação das dunas
 (Overview of perennial sand-dune vegetation types of dry habitats occurring in
selected dune systems along Northern Portugal)
http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/slu/v10n1/10n1a09.pdf
Notas do Herbário da Estação Florestal Nacional (LISFA): Fasc. XXIV
http://www1.ci.uc.pt/invasoras/
http://www.rjb.csic.es/floraiberica/
(A Flora Iberica não está ainda completada, mas encontra-se aqui já a mais exaustiva informação sobre a Flora ibérica, disponível em formato pdf. A consulta e os downloads dos diversos taxa podem ser feitas a partir da página web da Flora Iberica. Mais uma vez obrigado por esta generosidade dos autores desta obra maravilhosa!)
http://www.fauna-iberica.mncn.csic.es/index.php
http://www.jb.utad.pt/pt/herbario/cons_reg.asp
http://www.uc.pt/herbario_digital
Plano Sectorial da Rede Natura 2000 http://www.icn.pt/psrn2000/
Convenção Ramsar http://www.ramsar.org/
Les Dunes atlantiques - http://www.premiumwanadoo.com/dunes.atlantiques/ Página Web

Veja também os blogs:











Sem comentários:

Seguidores

Contribuidores