Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas
(segundo ICN, Plano Sectorial da Rede Natura 2000)
SÍTIO
DUNAS DE MIRA, GÂNDARA E GAFANHAS
CÓDIGO - PTCON0055
DATA E DIPLOMA DE CLASSIFICAÇÃO
Resolução do Conselho de Ministros n.º 76/00 de 5 de Julho
ÁREA - 20 511 ha
CÓDIGOS NUT
PT121 - Baixo Vouga - 10 %
PT122 - Baixo Mondego - 89 %
Área marinha (não coberta por regiões NUT) - 1 %
CONCELHOS ENVOLVIDOS
REGIÃO BIOGEOGRÁFICA
Mediterrânica
RELAÇÕES COM OUTRAS ÁREAS CLASSIFICADAS DE ÂMBITO NACIONAL
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RELAÇÕES COM ÁREAS CLASSIFICADAS DE ÂMBITO INTERNACIONAL
-
CARACTERIZAÇÃO
O Sítio caracteriza-se por um cordão dunar litoral contínuo, formando uma planície de substrato arenoso com um povoamento vegetal de resinosas e matos, com pequenas lagoas abastecidas por linhas secundárias de água doce.
A tipologia das dunas, a especificidade dos espaços interdunares, a pujança das dunas primárias e a excelência das dunas longitudinais, associadas a um estado de conservação razoável, conferem ao Sítio, num contexto europeu, uma reconhecida importância quer em termos de desenvolvimento espacial, quer em termos de unidade sedimentar e ecológica.
O campo dunar de Vagos a Quiaios, que inclui dois tipos de dunas diferenciados – dunas frontais do cordão litoral, activas e instáveis, e dunas antigas com formas bem conservadas e consolidadas –, ocupa 62% da área do Sítio, sendo por isso de destacar o largo conjunto de habitats psamófilos.
Realce para as vastas áreas ocupadas por dunas móveis embrionárias (2110 ), dunas brancas (2120 ), dominadas por Ammophila arenaria subsp. arundinacea , e dunas semifixas (cinzentas) (2130* ), com uma comunidade arbustiva endémica, no seio da qual é visível Armeria welwitschii .
Referência para a presença de depressões húmidas intradunares (2190 ), de dunas com vegetação esclerófila (2260 ), de tojais sobre dunas descalcificadas(2150*), de dunas mediterrânicas com pinhais-bravos ( Pinus pinaster ) com subcoberto arbustivo espontâneo (2270* ) e de matagais de Salix arenaria em depressões dunares (2170), sendo este o único Sítio onde este habitat se encontra assinalado.
Ocorrem lagoas eutróficas permanentes com comunidades vasculares (3150 ) e também águas oligotróficas sobre solos arenosos com vegetação da Littorelletalia (3130 ). Destaque para a ocorrência da Thorella verticillatinundata , espécie reduzida a populações diminutas face ao estado de ameaça a que o seu habitat está sujeito.
Interessa ainda citar a presença florestas mistas sub-higrófilas de Fraxinus angustifolia , Quercus robur e Ulmus minor (91F0 ), em depressões associadas à margem dos planos de água.
Salienta-se ainda a importância do Cabo Mondego (Figueira da Foz), em termos geológicos e geomorfológicos, destacando-se o facto de conter um dos poucos estratotipos do Jurássico (único em Portugal, por apresentar toda a série).
Um dos poucos locais de ocorrência confirmada da lampreia-de-riacho ( Lampetra planeri ).
Habitats naturais e semi-naturais constantes do anexo B-I do Dec. Lei n.º 49/2005 |
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1210 Vegetação anual das zonas de acumulação de detritos pela maré |
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1230 Falésias e Arribas |
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2110 Dunas móveis embrionárias |
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2120 Dunas móveis do cordão litoral com Ammophila arenaria («dunas brancas») |
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2130 * Dunas fixas com vegetação herbácea («dunas cinzentas») |
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2150 * Dunas fixas descalcificadas atlânticas ( Calluno-Ulicetea ) |
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2170 Dunas com Salix repens ssp. argentea ( Salicion arenariae ) |
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2190 Depressões húmidas intradunares |
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2260 Dunas com vegetação esclerófila da Cisto-Lavenduletalia |
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2270 * Dunas com florestas de Pinus pinea e ou Pinus pinaster |
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3110 Águas oligotróficas muito pouco mineralizadas das planícies arenosas ( Littorelletalia uniflorae ) |
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3150 Lagos eutróficos naturais com vegetação da Magnopotamion ou da Hydrocharition |
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3270 Cursos de água de margens vasosas com vegetação da Chenopodion rubri p.p. e da Bidention p.p. |
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3280 Cursos de água mediterrânicos permanentes da Paspalo-Agrostidion com cortinasarbóreas ribeirinhas de Salix e Populus alba |
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4030 Charnecas secas europeias |
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5230 * Matagais arborescentes de Laurus nobilis |
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6110 * Prados rupícolas calcários ou basófilos da. Alysso-Sedion albi . |
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6210 Prados secos seminaturais e fácies arbustivas em substrato calcário ( Festuco-Brometalia )(* importantes habitats de orquídeas) |
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6420 Pradarias húmidas mediterrânicas de ervas altas da Molinio-Holoschoenion |
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6430 Comunidades de ervas altas higrófilas das orlas basais e dos pisos montano a alpino |
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8210 Vertentes rochosas calcárias com vegetação casmofítica |
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8330 Grutas marinhas submersas ou semi-submersas |
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91E0 * Florestas aluviais de Alnus glutinosa e Fraxinus excelsior ( Alno-Padion , Alnion incanae , Salicion albae ) |
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91F0 Florestas mistas de Quercus robur, Ulmus laevis, Ulmus minor, Fraxinus excelsior ou Fraxinus angustifolia das margens de grandes rios (Ulmenion minoris) |
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92A0 Florestas-galerias de Salix alba e Populus alba |
Salix atrocinerea (esquerda) e Salix alba (direita) nas margens de uma vala de drenagem |
A negrito: habitats prioritários |
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Espécies da Fauna constantes do anexo B-II do Dec. Lei n.º 49/2005 de 24/02
CÓDIGO ESPÉCIE |
ESPÉCIE |
ANEXOS |
1503 |
Iberis procumbens ssp. microcarpa |
II, IV |
1640 |
Limonium multiflorum |
II, IV |
1669 |
Myosotis lusitanica |
II, IV |
1457 |
Silene longicilia |
II, IV |
1618 |
Thorella verticillatinundata |
II, IV |
1731 |
Verbascum litigiosum |
II, IV |
1096 |
Lampetra planeri |
II |
1095 |
Petromyzon marinus |
II |
1221 |
Mauremys leprosa |
II, IV |
1259 |
Lacerta schreiberi |
II, IV |
1355 |
Lutra lutra |
II, IV |
Outras Espécies dos Anexos B-IV e B-V do Dec. Lei n.º 49/2005 de 24/02
FLORA |
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ESPÉCIE |
ANEXO |
Iris lusitanica |
V |
Narcissus bulbocodium |
V |
Ruscus aculeatus |
V |
Senecio lagascanus ssp. lusitanicus |
IV |
Spiranthes aestivalis |
IV |
Ulex densus |
V |
FAUNA |
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ESPÉCIE |
ANEXO |
Alytes obstetricans |
IV |
Bufo calamita |
IV |
Discoglossus galganoi |
IV |
Hyla arborea |
IV |
Pelobates cultripes |
IV |
Rana iberica |
IV |
Rana perezi |
V |
Triturus marmoratus |
IV |
Genetta genetta |
V |
Herpestes ichneumon |
V |
Mustela putorius |
V |
Eptesicus serotinus |
IV |
Pipistrellus pipistrellus |
IV |
Plecotus auritus |
IV |
PRINCIPAIS USOS E OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO COM RESPECTIVAS PERCENTAGENS
Tipo de uso do solo |
Área (ha) |
Percentagem (%) |
Áreas agro/ silvo/ pastoris |
15,734 |
0,08 |
Áreas agrícolas arvenses |
992,664 |
4,84 |
Áreas agrícolas arbóreo-arbustivas |
59,439 |
0,29 |
Matos e Pastagens naturais |
174,151 |
0,85 |
Floresta |
17844,824 |
86,92 |
Zonas húmidas |
201,679 |
0,98 |
Outros (áreas urbanas e industriais, áreas sem coberto vegetal) |
1225,75 |
5,97 |
Sem cartografia |
16,214 |
0,08 |
Fonte – COS 90
CARACTERIZAÇÃO AGRO-FLORESTAL (INFORMAÇÃO FORNECIDA PELO MADRP NO ÂMBITO DA ELABORAÇÃO DO PLANO SECTORIAL)
Área do Sítio: 20 530 ha (2% Agrícola e 60% Florestal);
Uso Agrícola - SAU: 305 ha:
- OTE dominantes: especialização em bovinos de leite e horticultura.
Uso Florestal - 12 394 ha:
Dinâmicas Socio-económicas: 59% da área do Sítio - Rural Dinâmico
Sistemas dominantes: Área maioritariamente ocupada por povoamentos de pinheiro bravo, sendo
o uso agrícola diminuto.
Produtos de Qualidade: O Sítio está inserido na área geográfica de produção “Carne Marinhoa”
(DOP).
Tipo |
% área do Sítio |
Composição |
Matos |
2% |
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Espécies |
58% |
53% Pinheiro Bravo; 3% Outras Folhosas; 1% Carvalhos |
Regime de caça especial |
51% |
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Incêndios (90-97) |
34% |
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Programas Específicos : Este Sítio está incluído nas áreas beneficiadas pelos Planos de Acção
para a reestruturação do sector leiteiro da Beira Litoral; Plano de Acção para a organização e
dinamização da produção de hortícolas tradicionais e Plano de Acção de dinamização do modo de
produção biológico.
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