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Mapa da Serra da Boa Viagem com Trilhos (Triângulo do Cabo Mondego)

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O oceano e o litoral português atlântico

O oceano e o litoral português atlântico

"O oceano Atlântico  é o segundo maior oceano  em extensão, com uma área de aproximadamente 106.200.000 km², cerca de um quinto da superfície da Terra . É o oceano que separa a Europa  e a África  a Leste, da América , a Oeste. Seu nome deriva-se de Atlas , uma divindade da mitologia grega . É por isso que às vezes o oceano Atlântico é referido como "Mar de Atlas". A menção mais antiga sobre seu nome é encontrada em Histórias , de Heródoto , por volta de 450 a.C. Antes dos europeus descobrirem outros oceanos, o termo "oceano" foi sinonimo de todas as águas que circundam a Europa Ocidental  que agora é conhecido como Atlântico e que os gregos acreditavam ser um grande rio  que circundava toda a Terra .

O oceano Atlântico apresenta uma forma semelhante a um "S". Sendo uma divisão das águas marítimas terrestres, o Atlântico é ligado ao Oceano Árctico  (que em algumas vezes é referido como sendo apenas um mar do Atlântico), a Norte, ao oceano Pacífico , a Sudoeste, e ao Oceano Índico , a Sudeste, e ao oceano Antártico , a Sul. (Alternativamente, ao invés do oceano Atlântico ligar-se com o oceano Antárctico, pode-se estabelecer a Antárctida  como limite sul do oceano, sob outro ponto de vista). A linha do Equador  divide o oceano em Atlântico Norte e Atlântico Sul. Com um terço das águas oceânicas mundiais, o Atlântico inclui mares como o Mar Mediterrâneo , o Mar do Norte  e o Mar das Caraíbas  (Caribe)."

Fig. 1  - Comprimento da costa portuguesa - medido no Google-Earth

Fig. 2  - Mandelbrot-Set (da Wikipédia)

O território português (a parte continental) é delimitado a Norte e a Leste por Espanha  e a Sul e Oeste pelo Oceano Atlântico , portanto uma grande parte da fronteira portuguesa é a fronteira entre mar e terra.

Medindo o comprimento da costa portuguesa no Google Earth, na escala usada na fotografia acima, o tamanho da costa seria aproximadamente 766,46 km. Mas se nós queríamos passear ao longo da fronteira entre mar e terra à pé, o caminho seria bem mais longe do que isso. Uma formiga, ou qualquer ser vivo mais pequeno do que nós, tinha de percorrer um caminho ainda mais longe para se manter mesmo exactamente em cima da linha de separação entre o mar e a terra.

    De facto, é impossível medir exactamente o comprimento desta fronteira, mesmo sem contar com a ondulação do mar e da constante alteração da linha costeira. Quando mudamos a escala, o tamanho da fronteira muda com a escala. Porém, a geometria da fronteira pode repetir-se em escalas diferentes. Esta geometria é então frequentemente uma constante (pelo menos aproximadamente) e exprime-se pelo termo inglês de " Self-similarity ". Quem observou este fenómeno com muito rigor e matematicamente, foi um cientista da IBM, Benoît Mandelbrot . Ele deu o nome " fractal " às formas geométricas que se repetem na independência da escala de observação e criou o termo da "geometria fractal". Existem de facto na natureza fenómenos que repetem-se num intervalo muito grande de escalas diferentes e que podem ser descritos em termos matemáticos pela geometria fractal. Esta descoberta foi um contributo muito importante para o estudo sistémico da natureza. Se não tomamos em conta este fenómeno da "geometria fractal" da natureza, erramos na sua descrição. Por outro lado, este fenómeno facilita modelar sistemas da natureza, uma vez que repetição à escalas diferentes é fácil de programar (até provavelmente na ADN e nos mecanismos que são responsáveis pelo desenvolvimento dos organismos ao longe da sua ontogénese).  Além disso, esta geometria não-euclidiana é de uma extraordinária beleza, e provavelmente não é por acaso que encontramos nela a mesma beleza que encontramos na natureza.

De certeza, a geometria fractal seria um tema muito importante a seguir, mas nós deixamos isso para mais tarde. Começamos para já com a observação e descrição do ambiente à volta do oceano e do litoral e das múltiplas formas de vida que se encontram aqui.

Na perspectiva do geólogo  e da geomorfólogia  mencionamos os seguintes temas interessantes:

  1. Definição do litoral
  2. Correntes marítimas
  3. Ondas
  4. Marés
  5. Costas rochosas
  6. Litorais móveis - praias e dunas litorais.
  7. Estuários e lagunas (o Estuário do Mondego e a Ria de Aveiro)
  8. Depressões interdunares e lagoas
  9. Relevos, minerais, solos etc.
  10. Fósseis

...

Na perspectiva do biológo  ( ecólogo ) reparamos sobretudo em:

  1. Distinção de diversos ecossistemas e habitats (marinhas e terrestres)
  1.     O oceano atlântico
  1. Ambiente marinho
  2. A biodiversidade marinha
  3. A ecologia e ecossistemas
  1.     As dunas litorais
  1. As dunas móveis
  2. As dunas fixas arborizada
  1.     As falésias do Cabo Mondego
  1. As rochas intertidais
  2. As falésias, arríbas e friganas
  1. Presença de espécies e habitats
  2. Comunidades de espécies
  3. Factores de vulnerabilidade, ameaça e conservação
  4. Utilidades económicas e agrícolas

...

Na perspectiva do geógrafo  reparamos no:

  1. Clima marítimo e do litoral
  2. Microclimas

...

Todos estes factores (e outros não mencionados) formam no seu conjunto

  1. Paisagens
  2. Biomas

Aqui ainda é de acrescentar que mesmo paisagens e biomas não são entidades estáticas, mas que sofrem também transformações - que não são directamente observáveis devido à longa duração do processo.

Processos de transformação:

  1. temporais
  2. espaciais
  3. cíclicos
  4. acíclicos    

Não podemos abordar todas estas componentes nas nossa caminhadas, - vamos apontar apenas para algumas. Por um motivo, os processos não são sempre observáveis, por outro, nenhuma pessoa sozinha seria capaz de dominar estes assuntos todos - seria preciso uma equipa de cientistas para isso - e mesmo isso não chegava.

    Por isso, ficamos necessariamente bastante limitados na descrição de fenómenos interessantes. Porém, depois de um pequeno inventariado das espécies e dos ecossistemas existentes na Praia de Quiaios, vamos tentar compreender melhor o aspecto sistémico da natureza, parâmetros importantes numa teia complexa de dependências que se ajustaram ao longo de milhões de anos num jogo constante de ensaio e erro. E vamos tentar compreender melhor a vulnerabilidade desta natureza, uma vez que pequenas acções podem causar grandes alterações nela.

Veja também : How long is the coast of Britain Statistical Self-Similarity and Fractional Dimension  - de Benoît Mandelbrot

Os cinco oceanos

Antárctico

Árctico

Atlântico

Índico

Pacífico

(da Wikipédia)

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