As dunas e as plantas invasoras
Fixação e Arborização das Dunas do Litoral
A fixação e arborização das dunas do litoral constitui uma das obras mais notáveis da engenharia florestal portuguesa
Parte significativa das nossas costas marítimas era constituída por extensos desertos de areias moveis, que invadiam os terrenos agrícolas marginais e obstruíam as barras de muitos dos nossos rios, com graves prejuízos para a agricultura e a economia das populações da beira mar.
Séc. XVIII
- primeiros trabalhos sem sucesso realizados no final do século.
Séc. XIX
- primeiras sementeiras metódicas no início do século;
- trabalhos regulares a partir de meados do século;
- intensificação dos trabalhos no final do século;
- florestados 3 000 ha de dunas do litoral.
Séc XX
- conclusão dos trabalhos de fixação de dunas;
- florestados novos 34 000 ha.
A crescente, e por vezes desregrada, pressão humana sobre o litoral constitui hoje uma ameaça para a sua preservação, a qual passa pela conservação dos ecossistemas dunares e por uma adequada gestão silvícola das suas áreas arborizadas.
Outra ameaça para a preservação das espécies e da biodiversidade são plantas invasoras que foram utilizadas na fixação das dunas e que ameaçam hoje a vegetação natural das zonas do litoral e do interior.
A introdução de espécies exóticas corresponde, no início, a um aumento da riqueza específica à escala regional. Com a continuidade, algumas espécies revelam elevado sucesso no seu estabelecimento, e aumentam exponencialmente a sua área de distribuição. Outras nunca chegam a expandir-se ou, em casos extremos, extinguem-se mesmo.
De todas as espécies que são introduzidas, uma parte fixa-se para além do seu local de introdução inicial e forma populações que se mantêm a si próprias, sem a intervenção do Homem, em habitat naturais ou semi-naturais. Quando isto sucede, diz-se que essa espécie está naturalizada (ver figura). Uma espécie naturalizada pode permanecer estável, com uma população em equilíbrio, durante tempo variável (em alguns casos para sempre) até que algum fenómeno estimule o aumento da sua distribuição. Se esse estímulo ocorrer a espécie torna-se invasora . O estímulo pode ser uma perturbação natural (como um fogo ou uma tempestade) ou antropogénica (como alterações no uso da terra, fogos de origem humana, ou construção de infra-estruturas). As perturbações traduzem-se, muitas vezes, por aberturas de clareiras e o aparecimento destes nichos vazios constitui uma excelente oportunidade para uma espécie invasora se fixar. O estímulo pode ainda ser dado pela introdução de um agente dispersor ou polinizador, ou pela ausência de inimigos naturais.
(Marchante, H.; Marchante, E. e Freitas, H. 2005. Plantas Invasoras em Portugal - fichas para identificação e controlo. Coimbra. Weblink )
Exemplos de plantas invasoras na Praia de Quiaios e na Serra da Boaviagem:
Acacia ?longifolia
Acacia ?longifolia
Carpobrotus edulis
Carpobrotos edulis
Acacia ?longifolia
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